terça-feira, 5 de janeiro de 2016

Livro: Jardim de Inverno


"Nós mulheres fazemos escolhas pelos outros, não por nós mesmas. E quando somos mães, nós suportamos o que preciso por nossos filhos."


Se há um elogio que adoro escutar, é "li um livro e lembrei de ti". Foi assim que conheci Jardim de Inverno, de Kristin Hannah, em plena noite de Natal. Faltava, exatamente, uma semana para minha viagem à Alemanha e minha considerou que era uma leitura maravilhosa para alguém que ama histórias sobre o velho continente. Ela acertou!

A história aborda a vida de duas irmãs completamente diferentes, Nina Whiston, uma fotojornalista renomada, especialista em zonas de conflito; e Meredith Whiston, a pacata irmã mais velha, meticulosamente organizada, planejada e conformada com tudo em sua vida (ela me irrita um pouquinho, confesso, mas deve ser por eu ser uma jornalista também). A únicas coisas que ambas possuem em comum, é um pai amoroso, atencioso e preocupado com suas pupilas e uma mãe completamente dedicada ao marido e ao seu jardim de inverno, porém indiferente à existência das filhas. 

À beira da morte, Evan Whiston (o pai mui fofo) pede que suas filhas conheçam sua mãe e façam com que ela conte até o final o conto de fadas da camponesa e o príncipe, que elas costumavam escutar quando crianças. A missão parece impossível, principalmente porque Anya Whiston é uma russa dura na queda.

A história do livro é linda e mostra o amor em seus pequenos detalhes. Sabe aquela frase "quem te ama, demonstra"? Esquece. O conto relatado por Anya mostra uma Rússia no auge do governo de Stalin e a invasão alemã no território soviético durante a Segunda Grande Guerra. Mas, acima de tudo, mostra que o sentimento de uma mãe por seus filhos não têm limites, mas que os vestígios de um trauma podem ser cruéis para quem não compreende essa ligação.

Em resumo, é a típica leitura que faz você pensar sobre o pré-julgamento. Nos faz refletir sobre o erro de apontar o dedo para as pessoas sem conhecer a história de vida delas. Recomendo. ;)

A ponte Fontanka, na Rússia, é citada diversas vezes durante a história.